Notícias sobre Tecnologia | 19/03/2024
Notícias sobre Tecnologia | 19/03/2024

TSE Estabelece Regras que Podem Impactar Atividades das Big Tech

Contexto da Regulamentação Eleitoral e Implicações Futuras

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em fevereiro, uma resolução sobre propaganda de campanha que pode servir como um ponto de partida para a regulamentação das grandes empresas de tecnologia no Brasil. Segundo ministros da Corte, essa medida poderá ser utilizada como referência pelo Congresso Nacional para estabelecer normas que regulem as atividades das big techs, não apenas durante o período eleitoral, mas também fora desse contexto.

Atividades das Big Tech

As big techs, ou grandes empresas de tecnologia, desempenham um papel fundamental na sociedade contemporânea, com influência significativa em diversas áreas, desde o acesso à informação até a economia global. Exemplos claros incluem empresas como Google, Facebook (agora Meta), Amazon, Apple e Microsoft, que dominam o mercado digital com seus produtos e serviços inovadores. Essas empresas não apenas fornecem plataformas de mídia social, mecanismos de busca e comércio eletrônico, mas também coletam enormes quantidades de dados dos usuários, alimentando algoritmos complexos que moldam nossas experiências online. Porém, com seu poder e alcance crescentes, surgem preocupações sobre questões como privacidade de dados, disseminação de desinformação e controle de mercado, levando à necessidade urgente de regulamentação eficaz para garantir uma abordagem ética e responsável em suas operações.

Principais Pontos da Resolução 23.732/24

Os artigos 9-D e 9-E da Resolução 23.732/24 são peças-chave que podem catalisar uma legislação mais ampla sobre o papel das empresas de tecnologia no Brasil. O artigo 9-D estabelece a responsabilidade dos provedores de Internet em adotar medidas proativas para combater a disseminação de informações falsas durante o período eleitoral, visando preservar a integridade do processo democrático.

Isso implica não apenas na implementação de ferramentas técnicas, como notificações e canais de denúncia, mas também na promoção de uma cultura de responsabilidade digital, onde a disseminação de informações precisas e contextualizadas seja priorizada. Assim, essas medidas não apenas visam corrigir distorções na esfera eleitoral, mas também estabelecer um padrão de conduta para as empresas de tecnologia em seu papel como facilitadoras do acesso à informação.

Combate à Desinformação e Responsabilidade dos Provedores

Além disso, o artigo proíbe que os provedores façam marketing de impulsionamento de conteúdo com informações notoriamente falsas ou descontextualizadas. Eles devem interromper a promoção dessas informações assim que tomarem conhecimento delas e investigar perfis e contas para evitar comportamentos ilícitos. A Justiça Eleitoral também pode exigir a divulgação de conteúdo informativo para corrigir informações falsas previamente publicadas.

Responsabilidade Civil e Administrativa dos Provedores

O artigo 9-E impõe aos provedores a responsabilidade de remover imediatamente qualquer conteúdo considerado antidemocrático, mentiroso ou violento contra membros do Poder Judiciário. Isso inclui a promoção de discurso de ódio, como racismo, homofobia, ideologias nazistas e fascistas.

O Teste do TSE e Possíveis Implicações

Ministros entrevistados acreditam que a implementação dessas regras pelo TSE servirá como um “teste” durante as eleições. Se bem-sucedido, é provável que esse modelo seja expandido para regular toda a internet, impactando diretamente as atividades das big techs.

Com a crescente preocupação com a disseminação de desinformação e discursos de ódio online, a regulamentação das grandes empresas de tecnologia se torna uma necessidade urgente. O TSE está dando um passo importante nesse sentido, e cabe ao Congresso Nacional avaliar e expandir essas medidas para garantir um ambiente online mais seguro e democrático para todos os brasileiros.

Por fim, a resolução do TSE marca um momento crucial na busca por maior transparência e responsabilidade nas plataformas online, moldando não apenas o cenário eleitoral, mas também o futuro da regulação das big techs no Brasil.


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